Casamento Judaico: regras, costumes e tradições

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Se você ou o seu amor segue a religião judaica, é muito provável que também queira seguir cada preceito sagrado na celebração do seu grande dia. É por isso que criamos este artigo especial sobre as regras e rituais do casamento judaico.

Nos tópicos seguintes, vamos abordar as regras relacionadas ao local da cerimônia e data do casamento, além dos principais rituais que compõem a celebração.

Continue a leitura e tire suas dúvidas.

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Onde um casamento judaico pode ser celebrado?

O casamento judaico é uma cerimônia rica em simbolismos e tradições, mas quando se trata do local da celebração, existe uma grande flexibilidade, pois não é obrigatório que o casamento ocorra em uma sinagoga. 

Na verdade, muitos casais escolhem realizar a cerimônia em locais ao ar livre, como um sítio ou uma praia, ou em salões de festas, desde que o ambiente seja preparado de modo a respeitar os rituais judaicos.

O elemento central da cerimônia é o Huppah, um dossel ou tenda que simboliza o lar que o casal irá construir juntos. 

Tradicionalmente, o Huppah é formado por uma estrutura simples com quatro colunas que sustentam um tecido, que pode ser mais tradicional ou mais moderno em suas cores e materiais, dependendo do estilo do casal.

Além disso, o Huppah deve estar em um espaço aberto ou em um local que simbolize o céu visível, representando a bênção divina sobre a união. 

É importante que o casal converse com o rabino que conduzirá a cerimônia para garantir que o local escolhido esteja de acordo com as práticas e tradições judaicas.

O casamento judaico pode ser celebrado em qualquer data?

Embora o casamento judaico seja uma celebração de grande alegria e possa ocorrer em qualquer época do ano, existem restrições específicas na tradição judaica que devem ser respeitadas. 

Esses limites estão relacionados a momentos do calendário religioso que são considerados sagrados ou de luto, nos quais festas e celebrações não são permitidas.

Uma dessas restrições é o Shabat, que ocorre do pôr do sol de sexta-feira até o pôr do sol de sábado. Durante o Shabat, atividades festivas e trabalhos são proibidos, o que inviabiliza a realização de casamentos. 

Além disso, outras datas importantes, como Rosh Hashaná (ano novo judaico), Iom Kipur (dia da expiação), Pessach (páscoa judaica), e Shavuot (festa da entrega dos dez mandamentos), também são momentos em que celebrações de casamento não devem ser realizadas.

Outro período de restrição é o Tish´á Be Av, que ocorre no nono dia do mês judaico de Av. Essa data marca a destruição dos dois templos sagrados de Jerusalém e é um dia de luto profundo, sendo incompatível com celebrações. 

Além disso, o período entre Pessach e Shavuot, conhecido como Contagem do Ômer, inclui dias de luto parcial, especialmente nas primeiras semanas, o que limita a realização de eventos festivos.

Por outro lado, há épocas no calendário judaico que são especialmente propícias para a celebração de casamentos, como após o término do Shavuot ou durante o período de Sucot (festa das cabanas), quando a alegria é incentivada.

Quais são os principais rituais que compõem um casamento judaico?

O casamento judaico é rico em simbolismos e rituais que exaltam a espiritualidade e a união do casal. 

A cerimônia não se limita ao dia do evento, pois diversos momentos especiais ocorrem antes e durante o casamento.

O primeiro momento importante é o Kabalat Panim, que significa “recepção”. Tradicionalmente, os noivos não se encontram na semana que antecede o casamento, e essa recepção acontece em ambientes separados, onde homens e mulheres permanecem em grupos distintos. É um momento de preparação e reflexão.

No dia do casamento, os noivos fazem jejum até o fim da cerimônia, um ato de purificação e espiritualidade que simboliza um novo começo para o casal.

O primeiro ritual do casamento em si é a assinatura da Ketubá, o contrato matrimonial judaico. 

Esse documento, assinado pelo rabino, pelos noivos e por duas testemunhas, expõe as responsabilidades e compromissos dos noivos. O ritual da Ketubá é reservado e ocorre sem a presença dos convidados.

Antes de seguir para a Chupá, que corresponde ao altar judaico, os noivos trocam presentes repletos de simbolismo: a noiva oferece ao noivo um Talit, que é um xale de oração e o noivo presenteia a noiva com dois castiçais, que representam a luz e o compromisso de manter a chama da família acesa.

Após a troca de presentes, os pais dos noivos os conduzem até a Chupá, carregando velas acesas, o que simboliza a luz divina guiando o casal.

Ao chegar à Chupá, a noiva e seus pais dão sete voltas ao redor do noivo, um gesto que simboliza os sete dias de criação do mundo.

Segue então o momento do Kidushim, a consagração do casamento. O rabino recita bênçãos e os noivos são servidos com taças de vinho, símbolo da alegria e da prosperidade. 

Depois, ocorre a troca de alianças, em que o noivo retira o véu da noiva, ambos bebem o vinho, e ele coloca a aliança no dedo da noiva dizendo: “Com este anel és consagrada a mim, de acordo com as leis de Moisés e Israel”. Ao que a noiva responde: “Eu pertenço ao meu amado, e o meu amado me pertence”. 

O rabino então lê a Ketubá em voz alta e profere a Sheva Brachot, que são as sete bênçãos que invocam felicidade e prosperidade.

O ritual final é a quebra de uma taça pelo noivo com o pé. Esse gesto tem múltiplos significados, sendo o mais comum a lembrança da destruição do Templo de Jerusalém. 

Após a quebra da taça, os convidados gritam “Mazel Tov!”, que significa um desejo de boa sorte ao casal. A cerimônia então é encerrada com uma música judaica animada, dando início à festa.

Restrições no menu do casamento judaico

O menu de um casamento judaico é cuidadosamente elaborado para seguir as regras da kashrut, a dieta judaica, que dita o que é permitido ou proibido consumir. 

Essas regras são fundamentais para a tradição e geralmente a preparação dos alimentos é supervisionada por um rabino, garantindo que tudo esteja de acordo com os preceitos religiosos.

Uma das restrições mais conhecidas é a proibição de misturar carne com leite e seus derivados, tanto no preparo quanto no consumo. Isso significa que o menu de um casamento judaico deve escolher entre um cardápio baseado em carne ou em laticínios, sem combinar os dois.

Além disso, a carne permitida deve ser de animais ruminantes e que possuam cascos fendidos, como vacas, carneiros e cabras. 

No que diz respeito aos frutos do mar, apenas peixes com escamas e barbatanas são permitidos, como salmão e tilápia. 

Existem ainda outras regras relacionadas ao preparo dos alimentos, incluindo a maneira como os animais devem ser abatidos e a separação de utensílios para carne e leite.

A música do casamento judaico

A seleção de músicas para um casamento judaico costuma refletir tanto o significado espiritual da cerimônia quanto o clima de alegria e celebração que toma conta da festa.

Durante a cerimonia, as canções escolhidas são geralmente tradicionais, evocando momentos de introspecção e solenidade. 

na recepção, a música se torna vibrante e animada, marcando o início da festa com energia contagiante. 

Uma das tradições mais aguardadas é a dança israelita, quando os noivos são erguidos em cadeiras pelos convidados enquanto todos dançam em círculos ao som de músicas tradicionais judaicas. 

Essa dança, chamada de Hora, simboliza a união da comunidade em torno dos noivos e é repleta de alegria e celebração.

Trajes ideais para o casamento judaico

Em um casamento judaico, o vestido da noiva deve refletir compostura e pureza, alinhando-se ao significado do casamento na tradição judaica. É comum que o vestido seja branco e que evite cortes muito ousados, como decotes profundos ou fendas evidentes. 

A ideia é transmitir uma imagem de sobriedade e respeito, sem abrir mão da elegância. Dependendo do nível de observância da família, algumas noivas também optam por mangas longas e saias mais discretas, respeitando as orientações quanto ao recato.

Já o noivo veste o kittel, uma túnica branca utilizada em momentos significativos da vida judaica. O branco do kittel simboliza a pureza e a espiritualidade que envolvem a cerimônia.

Além disso, o noivo, assim como todos os homens presentes na cerimônia, deve usar o kipá, um pequeno chapéu que representa reverência a Deus.

No que diz respeito aos convidados, as roupas devem ser condizentes com o tom solene da cerimônia. Para as mulheres, é recomendável cobrir os ombros e evitar decotes acentuados e vestidos curtos. Para os homens, a única exigência é o kipá, que pode ser oferecido pela família dos noivos caso algum convidado não o tenha.

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Lili herdou o amor pelas noivas e pelos belos vestidos de noiva da sua mãe Pilar, imigrante espanhola da década de 60 que chegou a trabalhar por muitos anos como modista em importantes ateliers de vestido de noiva no Brasil.

O amor cresceu, amadureceu e transformou-se em trabalho! Lili buscou cursos de especialização na Espanha e participou dos principais desfiles de moda noiva pelo mundo. Nos últimos 20 anos, trabalhou com as principais marcas de noiva da Europa e Estados Unidos e acumulou uma experiência única, que agora compartilha no Blog Noivas do Rio de Janeiro.